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faixa Deus é amor

É chegada a hora de se encerrar a crueldade na Terra, tempo de todos os filhos de Deus unirem-se
num mesmo afeto,
num mesmo caminho e de mãos maiores auxiliarem pequenas mãos, pequenas patas, pequenos pés.

São tempos de esquecermos o corpo e vermos o espírito, esquecermos as diferenças evolutivas e vivenciarmos o amor, pois é esta a vontade de Deus, uma vez que Deus é o amor puro,
em todas as suas formas ♥

 

Umbanda, Candomblé e Espiritismo

 

A Umbanda, o Candomblé e o Espiritismo (também conhecido como Kardecismo) são religiões espiritualistas, ou seja, que contêm em sua essência a crença na espiritualidade e na comunicação dos espíritos com os encarnados. Todas contêm princípios fundamentais idênticos no tocante à aceitação da evolução progressiva do espírito, na influência dos espíritos sobre as pessoas, na lei de causa e efeito, na pluralidade dos mundos habitados, na prática da caridade, na lei de reencarnações sucessivas, de espíritos de luz que, amorosamente, ‘baixam’ à Terra para uma finalidade específica, tudo segundo a orientação e bênção do Criador (Deus/ Zambi/ Olorum). Não obstante possuírem algumas semelhanças entre si, faz-se mister ressaltar que são três religiões diversas, cada qual com os seus fundamentos e rituais próprios, mas com a mesma finalidade que todas as religiões devem professar: religar a criatura ao seu Criador, trazendo o amor, a união, a humildade e a sabedoria a todos.


DIFERENÇAS ENTRE ESPIRITISMO E UMBANDA:


ESPIRITISMO:
O Espiritismo é uma doutrina surgida na França, no século XIX (1857), cujos ensinamentos foram trazidos pelos Espíritos e organizados por Allan Kardec, em cinco livros iniciáticos.

O Espiritismo não adota, em seu seio, o uso de imagens em altares, nem ritos, hierarquias religiosas, nem cantos. A vestimenta dos médiuns é livre ou, em alguns lugares, adota-se a cor branca como sendo o seu uniforme. Suas sessões iniciam-se com uma palestra acerca do Evangelho e, ao final, são ministrados os passes com a imposição das mãos do médium sob o consulente onde realiza-se a transmissão de fluidos magnéticos do encarnado e do desencarnado que o está auxiliando visando trazer o bem para o consulente que encontra-se a sua frente. Emmanuel (através de Chico Xavier) nos trouxe uma bonita compreensão sobre o passe: “(…) como a transfusão de sangue representa uma renovação das forças físicas, o passe é uma transfusão de energias psíquicas, com a diferença de que os recursos orgânicos são retirados de um reservatório limitado, e os elementos psíquicos o são do reservatório ilimitado das forças espirituais.”

Em algumas Casas religiosas, em dia predeterminados, há a sessão de psicografia que é muito procurada por aqueles que sofreram a separação da morte física de um ente ou amigo querido e, por estarem com o coração dolorido pela saudade que sufoca, procuram encontrar na psicografia um lenitivo para a sua grande dor.


UMBANDA:
A Umbanda é uma religião espírita e espiritualista. Espírita porque está, em parte, fundamentada na manifestação dos Espíritos Guias. E espiritualista porque incorporou conceitos e práticas espiritualistas (referentes ao mundo espiritual), tais como magias espirituais e religiosas, culto religioso aos espíritos superiores da natureza, culto aos espíritos elevados ou ascencionados e que retornam como Guias-chefes para auxiliar a evolução das pessoas que frequentam os Templos de Umbanda.

A Umbanda possui filosofia e práticas próprias,
que são observadas e trazidas à luz através dos Guias Espirituais.


A maneira de se trabalhar mediunicamente dentro da Umbanda é única, pois ela vai além do "passe e doutrina": os Falangeiros da Umbanda têm extrema afinidade e conhecimento das manipulações de elementos da natureza e processos magísticos, motivo pelo qual possuem uma variedade de recursos para trazer o bem ao consulente, como o uso do fumo, das velas, do ponto riscado, dos otás e cristais, das guias, dos banhos, da defumação, entre tantos outros recursos orientados por Jesus para trazer o equilíbrio físico, espiritual e perispiritual ao consulente, com a consequente elevação de seu campo vibracional o que lhe facilitará alcançar o bem que deseja, desde que aceite a orientação que lhe for ofertada.

religiões espiritualistas


II- DIFERENÇAS ENTRE UMBANDA E CANDOMBlÉ:

 

1) Origem:

UMBANDA:
É uma religião brasileira, já disseminada em alguns países, que teve seu marco inicial em 1908, com a manifestação do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas no médium Zélio Fernandino de Morais.

CANDOMBLÉ:
É uma religião africana, inserida no Brasil com a vinda dos escravos africanos, no final do século XVI, que traziam em seus corações amorosos a sua fervorosa religião. O Continente africano é grande e bastante diversificado em si. Quando os escravos vieram para o Brasil, duas nações predominavam: os Yorubás (nagôs, vindo principalmente da Nigéria) e Djedjes (vindos principalmente de Daomé). Por isso, a religião do Candomblé também é dividida em nações: Queto, Angola, Nagô e Djedji.


2) Iniciação:

UMBANDA:
Não há iniciação aos Orixás por etapas contadas em anos, como no Candomblé. A Umbanda não apressa o desenvolvimento doutrinário dos seus médiuns, pois tem no tempo e na espiritualidade dois ótimos recursos para conquistar o coração e a mente dos seus fiéis, bem como para que os seus médiuns consigam se depurar moralmente a fim de que estejam aptos a assumirem uma nova etapa dentro do Terreiro.

A feitura da consagração do médium dura um dia e não há raspagem de seus cabelos, nem a cutilagem.

A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para o assentamento de Orixás, apenas recorre às oferendas de flores, frutos, comidas secas e velas para nos ajudar a nos conectar aos Orixás e seus Falangeiros.


CANDOMBLÉ:
Há iniciação obrigatória do médium aos Orixás para que possa participar dos rituais. A iniciação envolve um tempo de recolhimento do médium em uma sala própria a esse fim (camarinha), que pode durar de sete a vinte e um dias. Além, disso, há outros rituais também imperativos aos médiuns para que possam ir galgando ‘degraus’ dentro da religião, de forma gradual. Esses rituais são secretos, envolvem a oferenda de alimentos e a obediência a rígidos preceitos.

A feitura da consagração do médium dura cerca de um mês, exige a raspagem de seus cabelos e a cutilagem (corte na cabeça do iniciando durante a cerimônia chamada de bori).

Suas práticas ofertatórias aos Orixás incluem o sacrifício de animais para feituras de cabeça e assentamento dos Orixás. A carne dos animais abatidos nos sacrifícios votivos é comida pelos membros da comunidade religiosa, enquanto o sangue e certas partes dos animais são oferecidas aos Orixás. Somente iniciados têm acesso a estas cerimônias, conduzidas em espaços privativos denominados quartos-de-santo. Contudo, as danças (que são o ponto alto das celebrações) ocorrem sempre no barracão (espaço aberto ao público), juntamente com a distribuição da comida ofertada.


3) Incorporação:

UMBANDA:
A Umbanda trabalha diretamente com Entidades do Plano Astral Superior, com a força e sabedoria dos Mestres da Colônia Espiritual de Aruanda. Assim, a Umbanda trabalha com incorporação dos Falangeiros dos Orixás, como Caboclos, Pretos-Velhos, Crianças, Exus, entre outros. Esses espíritos são chamados de Guias Espirituais e são espíritos de luz, Seres mais evoluídos que se manifestam na vibração dos Orixás. Nesse sentido, o Falangeiro Ogum Rompe Mato se manifesta na vibração do Orixá Ogum, que tem como elemento o ferro e as matas. O mesmo ocorre com uma Falangeira de Oxum que se manifesta na vibração da Orixá Oxum, que tem como elemento os rios e as águas doces. Esses Guias, irradiados em seus aparelhos (médiuns), trabalham para a cura e energização do campo astral humano, atuando nos chacras (centros de força, de entrada e saída de energia) e nos campos energéticos das pessoas que surgem em busca de socorro, alívio e cura para suas dores morais e físicas.

Na Umbanda, há uma hierarquia das Linhas de Trabalho, sendo cada uma formada por Falangeiros que se encontram na mesma sintonia e grau de atuação.

Não há incorporação de Oxalá (entendido como o Mestre Jesus Cristo), não havendo Falangeiros com o seu nome, motivo porque também não é entendido como Orixá de frente particular de alguém, uma vez que atua em tudo e todos, ao mesmo tempo, como o grande governador do planeta, protegendo e iluminando a todos indistintamente (ele é o Pai de todos). Os domínios de Oxalá são todas as pessoas e todos os lugares. É o chefe supremo da Umbanda, para Ele convergem todas as outras linhas da Umbanda e de seus trabalhadores.

 

CANDOMBLÉ:
O Candomblé cultua os Orixás e trabalham com sua incorporação, deixando no corpo e na alma de seus filhos os axés de amor, coragem e esperança. Os Orixás, quando incorporados, não falam nada, apenas se fazem sentir. Jamais iremos ver os médiuns incorporando Guias espirituais, pois não são aceitas a comunicação de espíritos (considerados eguns), vedando-se a sua incorporação.

Os Orixás encontram-se dentro de um mesmo patamar, não havendo hierarquia em graus.

Há incorporação de Oxalá, que se apresenta em várias maneiras, sendo as duas principais como Oxaguiã (quando jovem) e Oxalufã (na forma idosa). Como os demais Orixás, Oxalá pode assumir a cabeça de determinada pessoa, passando a ser um dos seus ‘Orixás de cabeça’.

 

4) Curimba:

UMBANDA:
Na Umbanda, os cânticos são em português, uma vez que se trata de uma religião genuinamente brasileira. Vez por outra, pode-se ouvir nas Casas de Umbanda, pontos cantados na língua africana, trazidos do Candomblé, em relação a uma mesma entidade, mas é uma exceção. Toda Casa de Umbanda deve manter, ao menos, quase que a totalidade de seus cânticos em nossa língua pátria, pois devemos nos orgulhar da Espiritualidade ter escolhido o nosso país para fundar essa nossa belíssima religião. Os cantos podem ser acompanhados ou não de palmas e/ou atabaques. Esclareça-se que na primeira Tenda de Umbanda (“Nossa Senhora da Piedade”), criada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, o ritual era acompanhado tão somente de cânticos, sendo vedada o uso de instrumentos e de quaisquer outros objetos e adereços, como cocares ou capas.

O Ogã, a pessoa responsável por comandar os cantos, preces e toques dentro da liturgia, é nomeado pelo Guia Chefe do Terreiro, não necessitando fazer nenhum preparo especial, apenas precisa ser alguém que já tenha vivência na Casa religiosa em que atuará, que seja assíduo, que demonstre ter respeito pelos Falangeiros, pela Mãe/Pai de Santo e pelo Terreiro. A pessoa perde o cargo quando se afasta da Tenda ou deixa de se enquadrar nas regras da Casa. Um Ogã perde a sua credibilidade quando se torna prepotente e passa a falar mal do Terreiro ou da Mãe/Pai de Santo ou de qualquer médium que frequenta a casa, tornando-se uma pessoa considerada de baixa índole espiritual. O único preparo que a Umbanda exige do Ogã é que tenha a suficiente sabedoria e humildade para manter, sempre, vigilância sobre a sua boca, para não se desvirtuar da confiança que lhe foi outorgada pelo Guia Chefe. Um bom Ogã é aquele que trata a todos com respeito e doçura, e cuja boca jamais proferirá palavras de descrédito à Casa religiosa, nem aos seus membros e, principalmente, nem à sua Mãe/Pai de Santo. Portanto, ser Ogã na Umbanda é tarefa aparentemente fácil, mas que requer muita força de vontade, um coração generoso, muita humildade e uma incansável fé em toda a espiritualidade.

 

CANDOMBLÉ:
No Candomblé, os cânticos são em línguas africanas ( como Iorubá ou Banto),
dependendo da nação de origem daquele grupo.

No Candomblé, o Ogã é uma pessoa que é confirmada pelo Orixá chefe da Casa religiosa, sendo devidamente preparada para esse fim. Aos Ogãs são atribuídos o manejo nos atabaques, a condução dos pontos cantados, os sacrifícios animais, a guarda de elementos espirituais do culto, as colheita de ervas, entre outros fins, recebendo muitas denominações, como Alabê, Pejigan, Axogum, entre outros. Os Ogãs são considerados os auxiliares diretos da Mãe/Pai de Santo, são pessoas muito respeitadas pelos frequentadores tendo em vista a sua extrema dedicação ao Terreiro, o respeito que têm pelos Orixás e por todos os médiuns. Ogã é considerado um cargo alto dentro da hierarquia de uma Casa de Candomblé, ficando imediatamente abaixo da Mãe/Pai Pequeno e ao lado da Ekedi (Ajoiê e Makota ). A partir do momento em que é apontado e suspenso, o Ogã já começa a exercer a sua função, mas ele também passará por uma série de rituais, diferenciados em alguns aspectos dos demais médiuns (rodantes). Todo Ogã deve passar pelo ritual do bólónàn para verificar a sua condição de ter apenas o santo assentado ou, se houver alguma manifestação, ser recolhido como adósù, o equivalente a Iyawo. Sendo confirmada a sua função como Ogã, não haverá necessidade de fazer as mesmas obrigações de um Iyawo, mas ele também que terá que realizar determinados rituais que irão variar dependendo da nação seguida pela Casa religiosa, como por exemplo, raspar a cabeça, dentre tantos outros.

 

5) Consulta:

UMBANDA:
Os Guias Espirituais comunicam-se diretamente com os consulentes, através do processo de incorporação no médium, nas sessões designadas para isso.

 

CANDOMBLÉ:
Os Orixás não se comunicam com os consulentes. O consulente terá que falar com o Babalorixá/Ialorixá, que interpretará a mensagem dos Orixás através dos búzios (Ifá).

 

6) Altar:

UMBANDA:
O peji localiza-se na sala principal do terreiro, no congá, e é constituído com imagens de santos católicos sincretizados aos Orixás e com outras imagens que representam os Guias Espirituais, como Caboclos, Preto-Velhos etc. Todas as pessoas têm acesso ao peji.

 

CANDOMBLÉ:
O peji localiza-se em uma sala separada do restante do terreiro, onde não é permitida a presença das pessoas, salvo da Mãe/Pai de Santo e do iniciado que estiver sendo orientado no momento. Os Iawòs só podem entrar quando forem devidamente autorizados, ou, então, quando acompanhados pelo Babalorixá. Caberá ao Ogan Pejigan cuidar do Axé, ou seja, cuidar do altar da casa, sendo uma alta e muito respeita função dentro da religião. No candomblé, o peji é o santuário onde são colocados os pertences dos Orixás (quartinhas, otá e seus objetos, não há estátuas) e suas oferendas. O peji pode ser externo (sob árvores sagradas ou em casinholas) ou interno (armado no interior da casa do candomblé. Cada Orixá tem o seu lugar (quarto), onde ficam os seus objetos.

 

7) Dança:

UMBANDA:
Os médiuns saúdam os Orixás e Falangeiros através de uma dança contida, em seu lugar, e acompanham a gira com a batida de palmas, cantos e atabaque até que haja a incorporação do Guia Espiritual.

 

CANDOMBLÉ:
Os médiuns saúdam os Orixás através da dança, formando uma roda (círculo) em sucessivos movimentos, rodopiando seus corpos ao som dos cantos, atabaques e outros instrumentos.

 

8) Vestimenta:

UMBANDA:
Um dos pilares da Umbanda é a humildade e, por isso, as roupas dos médiuns precisam ser simples, sendo vedado qualquer tipo de ostentação. Da mesma forma, os Orixás na Umbanda não trabalham ornamentados com os objetos que lhes são próprios, como cocares, escudos, capas, espadas etc., sendo estes utensílios só utilizados nos trabalhos realizados à céu aberto ou em giras específicas. As saias das mulheres são mais longas (vão até os pés). Os colares ritualísticos (guias) e as velas contêm cores diversas das ofertadas aos Orixás no Candomblé (como, por exemplo, a guia de Iansã é feita com contas amarelas e a cor da sua vela é amarela).

 

CANDOMBLÉ:
As roupas dos médiuns são mais ostensivas, sendo que, em dias de festa, os médiuns se vestem com suas ‘ricas roupas de festas’, que são as roupas do seu Santo, confeccionada com tecido caro, bordados e pedrarias. Nas giras, os Orixás podem utilizar os seus utensílios, uma vez que não há a consulta direta ao consulente. As saias das mulheres são mais curtas (abaixo do joelho). Os colares ritualísticos (guias) e as velas contêm cores diversas das ofertadas aos Orixás na Umbanda (como, por exemplo, a guia de Iansã é feita com contas vermelhas e a cor da sua vela é vermelha).

 

9) Quizila de Santo:

UMBANDA
Na Umbanda não existe quizila entre os Orixás, pois entendemos que eles são Entidades de categorias energéticas primordiais que trabalham em harmonia constante uns com os outros e sempre juntos, para o bem maior, que é a nossa caminhada rumo à evolução. Assim, por exemplo, as imagens de Xangô, Ogum e Obaluaê são inclusive vistas, muitas vezes, juntas no congá.

 

CANDOMBLÉ
O Candomblé preceitua que há quizilas entre os Orixás, no sentido de que há incompatibilidades energéticas dos Orixás e, assim, quizila seria tudo aquilo que desagrada o Orixá. Por exemplo, filhos de Xangô têm quizila com banho de pipoca por conta de sua rivalidade com Obaluaê; Oxóssi não recebe mel em sua oferenda (usa-se apenas melado), pois o mel faz Oxóssi se recordar do ferimento de seu filho Logunedé. Quando é feito algo que provoca a quizila, diz-se que o Orixá foi quizilado e, por isso, ele deixa de responder o seu filho, afastando-se da sua coroa.

Para finalizar, gostaria de dizer que a diversidade cultural e religiosa é a nossa principal riqueza,
é o que faz do Brasil a terra escolhida pelo amado Mestre Jesus para ser o coração do mundo.
Respeitar todas os irmãos em suas crenças religiosas, tratar a todos com cordialidade e bondade
é o que mais nos aproxima do nosso Criador.

Umbanda João Cobu